De todas as personagens mitológicas da nossa sociedade, existiu um grupo que causou mais tumulto que Man-Borró, Anselmo Ralph e os Kalibrados juntos. A lenda dizia que eles atacavam as escolas, raptavam ou matavam alunos e professores, colando uma das partes do corpo das vítimas no quadro da escola. Meu Deus... Que Medo! O nome deste grupo aterrorizador era: Caixão Vazio!
Nós todos caímos nessa estória que nem bebés tentando se pôr de pé; claro, que uns caíram de rabo e outros de cabeça no chão.
Vamos Lá Ser Sinceros, aquela estória de que eles colavam as "mamas" de certas vítimas no quadro tinha mesmo cabimento? Assim então eles usavam que material para colar os seios? Cola branca, pattex ou silicone? É que também não conheço alguém que tenha visto isso. Pura canção de ninar para embalar bovinos.
De qualquer forma esse mito mexeu com a vida de muita gente. Pessoas pulavam do segundo andar da escola (no juventude e primeiro de maio então), professores abandonavam os alunos nas salas de aulas e tantas outras cenas bizarras que aconteciam quando ouvissem alguém gritar Caixão Vazio; esse grito era mais eficiente que o sino de intervalo. Eram pontapés para todo o lado.
Quando alguém pergunta-me porque razão eu gosto tanto de adrenalina, eu dou logo conta que esta pessoa não passou pelo sufoco de fugir deles. Com apenas 8 anos, eu pulava muros com mais de 2,5 metros de altura. Chegava em casa todo rebentado, às vezes passava pelo buraco de uma agulha e batia constantemente os recordes do Usain Bolt nos 100 metros, e para não passar por burro, eu até jurava que eles estavam a vir atrás de mim. "Fugava" umas 2 semanas seguidas porque "os caixão vazio" alegadamente atacaram e poderiam voltar a escola. Hoje em dia poucas coisas me fazem sentir tanta adrenalina!
Mas nós (angolanos) somos terríveis, o único mito urbano da nossa sociedade desfavorecia a ida à escola?! Eu não me deparei com esta particularidade quando tive contacto com a mitologia grega, romana nem com a japonesa. Só mesmo na mitologia angolana. Notem só o detalhe, a nossa prioridade era criar medo nas escolas, era como se fosse um movimento a favor do analfabetismo. Aqui não há Jack Estripadores, não há nada. Caixão Vazio foi pior. Era Pânico Na Hora!
Não vamos só se mentir ninguém nunca os viu. Como era possível fugir um grupo que atacava pelas manhãs também, mas ninguém os via? Só não pedimos a intervenção dos historiadores porque já sabemos que eles apenas sabem falar de Mandumes e Njinga Mbandes, e um assunto desse não dá para lhes envolver.
E falando a sério agora, quando o problema é concreto a polícia tem problema de resolver o caso, imagine um problema desse todo abstracto da sua vida? Prenderiam os mais rijos da escola, meteriam uns tantos televisores a frente deles, e depois a TPA aparecia a mostrar os integrantes do Caixão Vazio... Caso resolvido!
Pelo sim, pelo não, enquanto eles actuaram eu tinha férias sempre que um generoso gritasse de aflição. Pô será que ninguém pode gritar Caixão Vazio no meio da faculdade?
Quando falares de Caixão Vazio em Angola, saiba que estás a falar de Zeus na Grécia!
FONTE:http://www.semmanaistabus.blogspot.com
Nós todos caímos nessa estória que nem bebés tentando se pôr de pé; claro, que uns caíram de rabo e outros de cabeça no chão.
Vamos Lá Ser Sinceros, aquela estória de que eles colavam as "mamas" de certas vítimas no quadro tinha mesmo cabimento? Assim então eles usavam que material para colar os seios? Cola branca, pattex ou silicone? É que também não conheço alguém que tenha visto isso. Pura canção de ninar para embalar bovinos.
De qualquer forma esse mito mexeu com a vida de muita gente. Pessoas pulavam do segundo andar da escola (no juventude e primeiro de maio então), professores abandonavam os alunos nas salas de aulas e tantas outras cenas bizarras que aconteciam quando ouvissem alguém gritar Caixão Vazio; esse grito era mais eficiente que o sino de intervalo. Eram pontapés para todo o lado.
Quando alguém pergunta-me porque razão eu gosto tanto de adrenalina, eu dou logo conta que esta pessoa não passou pelo sufoco de fugir deles. Com apenas 8 anos, eu pulava muros com mais de 2,5 metros de altura. Chegava em casa todo rebentado, às vezes passava pelo buraco de uma agulha e batia constantemente os recordes do Usain Bolt nos 100 metros, e para não passar por burro, eu até jurava que eles estavam a vir atrás de mim. "Fugava" umas 2 semanas seguidas porque "os caixão vazio" alegadamente atacaram e poderiam voltar a escola. Hoje em dia poucas coisas me fazem sentir tanta adrenalina!
Mas nós (angolanos) somos terríveis, o único mito urbano da nossa sociedade desfavorecia a ida à escola?! Eu não me deparei com esta particularidade quando tive contacto com a mitologia grega, romana nem com a japonesa. Só mesmo na mitologia angolana. Notem só o detalhe, a nossa prioridade era criar medo nas escolas, era como se fosse um movimento a favor do analfabetismo. Aqui não há Jack Estripadores, não há nada. Caixão Vazio foi pior. Era Pânico Na Hora!
Não vamos só se mentir ninguém nunca os viu. Como era possível fugir um grupo que atacava pelas manhãs também, mas ninguém os via? Só não pedimos a intervenção dos historiadores porque já sabemos que eles apenas sabem falar de Mandumes e Njinga Mbandes, e um assunto desse não dá para lhes envolver.
E falando a sério agora, quando o problema é concreto a polícia tem problema de resolver o caso, imagine um problema desse todo abstracto da sua vida? Prenderiam os mais rijos da escola, meteriam uns tantos televisores a frente deles, e depois a TPA aparecia a mostrar os integrantes do Caixão Vazio... Caso resolvido!
Pelo sim, pelo não, enquanto eles actuaram eu tinha férias sempre que um generoso gritasse de aflição. Pô será que ninguém pode gritar Caixão Vazio no meio da faculdade?
Quando falares de Caixão Vazio em Angola, saiba que estás a falar de Zeus na Grécia!
FONTE:http://www.semmanaistabus.blogspot.com
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